Seja Bem-vindo ao meu blog



Olá colegas, como a professora Elizabeth nos solicitou estou criando o meu blog educacional. Espero poder colaborar com todos nesta nossa difícil tarefa de aprender Didática do Ensino Superior e, principalmente, encontrar assuntos interessantes e pertinentes para dividir com todos vocês.Comentários, críticas, participações e colaborações serão sempre muito bem acolhidos aqui. Conto com vocês e bons estudos a todos!



sexta-feira, 14 de março de 2008

O problema é bem mais grave do que a seleção feita pela Universidade


No começo de Março, ganhou muita visibilidade a notícia de que o menino João Victor, de oito anos foi aprovado em um vestibular de direito da Unip de Goiânia/GO. É impressionante uma criança de oito anos conseguir tamanho feito, uma vez que por mais inteligente que seja ainda não cursou ainda o ensino médio e portanto não domina conteúdos que são necessários ao ingresso na Universidade. Mas a questão aqui levantada é outra: o motivo de tanta discussão. Se as crianças de oito anos não conseguem, depois de dois anos no sistema escolar, ler e escrever – como ocorre com a maioria dos estudantes – isso não causa consternação nenhuma, não é mais notícia de jornal. Mas quando um menino da mesma idade, inteligente o suficiente para já estar na quinta série, é aprovado num concurso para pessoas de 17, aí sim alguém precisa ser investigado e punido (como ocorre agora, pois o MEC prometeu analisar o caso com minúcia para verificar se não ocorreu nada de errado com a prova de João Victor). Estamos, como país, com a cabeça no lugar errado.
O problema não é com a UNIP que está selecionando mal. O problema é o nível de conhecimento com que os alunos chegam ao final do ensino médio. Com a proliferação dos cursos superiores, as faculdades e universidades precisam preencher as vagas disponibilizadas e com isso vêm baixando o nível de exigência para o ingresso em seus quadros.

Será que não está na hora de quebrarmos este ciclo e começarmos a exigir mais qualidade no ensino de uma forma geral? Desta forma os cursos superiores não precisarão também baixar a sua qualidade de ensino para se adequar aos alunos e as entidades de classe não serão mais obrigadas a exigir a aprovação em provas para habilitar o aluno formado a exercer a profissão (como vem ocorrendo, por exemplo, com a Ordem dos Advogados do Brasil que se vê obrigada a testar os candidatos a advogados para garantir a qualidade dos serviços prestados por seus filiados).


Resenha escrita com base no artigo "João Victor e as faculdades 'caça-níqueis' ", publicado no jornal Correio Braziliense, em 07/03/08

Nenhum comentário: